Um dos pontos não tão comentados do comércio exterior são os pagamentos internacionais. Quando se pensa em Comex, é normal apenas lembrar da parte logística, mas ao fazer as operações de importação e exportação, sempre chega a hora de pagar e receber pela mercadoria.
Não fique com dúvidas sobre os pagamentos internacionais, venha conhecer o guia que a Mundial preparou para garantir o seu sucesso no comércio exterior.
Como funcionam os pagamentos internacionais no comércio exterior?
De uma forma simplificada, podemos dizer que os pagamentos internacionais ocorrem quando recebemos ou enviamos dinheiro, também chamado de divisas, de um país para outro. Assim sendo, no caso de empresas não é diferente, quando há operações de importação ou exportação, ocorre uma operação de pagamento internacional.
Para que isso ocorra, é preciso realizar uma operação de câmbio, que nada mais é do que a compra e venda de outras moedas.
As operações de câmbio não ocorrem apenas no âmbito empresarial, mas também podem ser feitas por pessoas físicas.
No comércio exterior, as operações de câmbio seguem algumas etapas. Essas fases são:
- negociação: é onde ocorre a negociação das taxas de câmbio, possibilitando que as empresas escolham a instituição financeira que possui uma melhor taxa. Essa etapa ocorre antes do fechamento do contrato de câmbio;
- contratação: essa fase se refere ao momento em que ocorrerá o fechamento de câmbio (conversão das moedas). O resultado dessa operação é o contrato de câmbio. Neste documento será possível identificar o valor convertido, taxa administrativa, impostos e taxa de câmbio;
- liquidação: é quando o pagamento internacional é efetivado. A formalização da liquidação é o comprovante de pagamento, que é chamado de Swift.
Mudanças que o Marco Cambial proporcionou para o comércio exterior
Em dezembro de 2021, foi assinada uma nova lei sobre o mercado financeiro do Brasil que passou a vigorar em 30 de dezembro de 2022. A Lei nº 14.286/2021 é também conhecida como Marco Cambial. A lei recebeu este nome pois considera-se que ela é um marco para o mercado de câmbio do Brasil que visa a flexibilização de algumas políticas financeiras.
A flexibilização e desburocratização que essa nova lei traz para o território nacional tem como um dos objetivos incentivar pequenas e médias empresas a se internacionalizarem e, assim, auxiliarem no desenvolvimento do Brasil. Além disso, o Marco Cambial trouxe mudanças positivas não só para as empresas, mas também para as pessoas físicas que fazem pagamentos internacionais.
No quadro abaixo, seguem algumas das alterações que esta nova lei trouxe e que facilitam a vida de quem faz operações financeiras internacionais.
Quais as principais formas de pagamentos internacionais utilizadas nas operações de comércio exterior?
Assim como ocorre no mercado interno, no Comex há diferentes formas de pagamentos internacionais. Cada uma delas tem pontos positivos e negativos para ambas as partes, importador e exportador. Isso se dá pois a escolha da condição de pagamento vai depender da relação de confiança que as empresas possuem entre elas.
Analisar a melhor condição de pagamento para a sua operação pode fazer toda a diferença para a sua empresa. Afinal, dependendo da opção escolhida, os riscos de prejuízos para o seu negócio podem ser reduzidos ou maximizados.
As principais formas de pagamento utilizadas nas operações de comércio exterior são:
Pagamento Antecipado
Como o nome já diz, os pagamentos internacionais nesse caso são feitos de forma antecipada, ou seja, antes de receber o produto. Portanto, antes de o exportador enviar a carga e os documentos de embarque, é necessário que o importador faça o pagamento total da mercadoria. Em suma, somente após o recebimento do valor acordado o exportador liberará a carga para ser exportada.
Remessa Direta de Documentos
Essa condição de pagamento nada mais é do que o que chamamos no Brasil de pagamento a prazo. Neste caso, o exportador envia a mercadoria e toda a documentação diretamente ao importador antes de receber por ela. Após o recebimento da documentação e dentro do prazo estipulado entre as partes, o importador faz o pagamento ao exportador.
É importante ressaltar que essa modalidade requer um alto nível de confiança entre as partes, visto que o exportador não possui nenhuma garantia em caso de o importador não efetuar o pagamento de acordo. Contudo, a remessa direta de documentos traz agilidade ao processo e redução de despesas bancárias.
Cobrança Documentária
Na cobrança documentária, o exportador envia ao banco os documentos de embarque do processo ao invés de enviá-los diretamente ao importador. Por sua vez, o banco contata outra instituição financeira na praça que o importador se encontra para que esta faça o pagamento.
Neste caso, o importador poderá aceitar a cobrança à vista ou a prazo, através da assinatura de um documento informando que aceita a cobrança futura. Somente após a confirmação dos pagamentos internacionais ou da assinatura é que o banco libera os documentos ao importador e, assim, ele conseguirá fazer a liberação da mercadoria de acordo.
Carta de Crédito
Podemos dizer que a carta de crédito é a forma de pagamento mais segura para ambas as partes, já que o exportador só recebe o valor do importador se cumprir todos os requisitos acordados dentro da carta de crédito emitida pelo banco.
Nesta modalidade, o importador e o exportador contratam um banco para a emissão de um documento com todas as instruções da operação. Com isso, o banco se responsabiliza pela análise e entrega dos documentos, bem como pelo pagamento ao exportador, uma vez que todos os pontos do acordo tenham sido cumpridos. Tendo sido concluída a análise e tendo sido cumpridos os termos e condições, realiza-se o pagamento.
Entretanto, é necessário prestar muita atenção no momento da confecção da carta de crédito, principalmente nos termos e condições, para que todas elas estejam de acordo com o negociado entre as partes. Dessa forma, evitam-se problemas no momento do recebimento dos valores.
Boleto bancário
Outro tipo de forma de pagamento é através do boleto bancário. Para efetuar o pagamento por boleto, é necessário que haja uma instituição financeira intermediando todo o processo. Então, o pagamento é feito pelo importador em reais. Em seguida, é convertido pelo câmbio do dia e depositado ao exportador.
Essa modalidade de pagamento é mais simples e ágil que as demais. Contudo, vale mencionar que mesmo fazendo o pagamento em reais, há a cobrança de Imposto sobre Operação Financeira (IOF). Além disso, pode ocorrer a cobrança de taxa de serviço, por parte da instituição financeira utilizada.
Como fazer um fechamento de câmbio para pagamentos internacionais?
Pode parecer complicado fazer um fechamento de câmbio, mas ele nada mais é do que juntar todas as informações que já falamos até aqui. Assim sendo, primeiramente, é importante organizar toda a documentação necessária.
Os documentos necessários para o fechamento de câmbio são basicamente os documentos do processo de importação ou exportação. Esses documentos são o conhecimento de embarque, a Fatura Comercial (Invoice), o Romaneio de Carga (Packing List ou Delivery Note) e a Declaração de Importação ou Exportação.
Com os documentos em mãos, chegou a hora de passar pelas três fases do pagamento internacional que já falamos, os quais são a negociação, a contratação e a liquidação. Então, após todo esse processo estar concluído pelo banco, você receberá o contrato de câmbio, que deve ser guardado, e o comprovante de pagamento para enviar ao fornecedor.
De forma simplificada, essas são as etapas de efetuar um fechamento de câmbio. O importante é sempre buscar uma empresa parceira que possua credibilidade e conhecimento. Dessa forma, você terá o auxílio sempre que necessário.
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