A importação de maquinário pode representar um salto significativo na competitividade de uma empresa, no entanto, a complexa natureza do processo exige conhecimento técnico aprofundado e atenção aos detalhes na hora de importar, a fim de evitar contratempos e prejuízos.

Neste texto você compreenderá como se preparar para uma importação de maquinário bem-sucedida, levando em consideração o que pode dar errado no processo e pontos de atenção que toda empresa que deseja importar maquinário deve ter. Acompanhe!

Vale a pena importar maquinário?

Importar maquinário pode ser mais vantajoso do que comprar no mercado nacional, devido aos menores preços de produção.

Além disso, países como China, Estados Unidos e Alemanha investem muito em pesquisa e desenvolvimento e oferecem equipamentos com tecnologia inovadora e recursos avançados que podem otimizar processos e aumentar a produtividade de uma empresa.

O mercado internacional ainda oferece uma variedade de equipamentos muito maior do que o mercado nacional. Isso certamente permite encontrar o equipamento ideal para as reais necessidades de cada empresa.

Para tanto, a empresa que deseja importar maquinário precisa considerar fatores como o tipo de máquina, a real necessidade da empresa e sua capacidade de investimento, de forma a analisar os custos e benefícios envolvidos antes de tomar a decisão final.

Quem pode importar máquinas usadas?

Toda empresa que possua CNPJ regularizado, atividade de importação inclusa no objeto social, CNAE adequado e habilitação no RADAR Siscomex pode importar máquinas usadas.

De acordo com a Portaria SECEX nº 23/2011, as empresas podem importar máquinas usadas, mas desde que não sejam produzidas no mercado nacional ou que não possam ser substituídas por outras, atualmente fabricadas no país, capazes de atender aos fins a que se destina a máquina a ser importada.

De modo geral, a importação de máquinas usadas está sujeita a licenciamento não automático, previamente ao embarque do bem no exterior. Ou seja, a Subsecretaria de Operações de Comércio Exterior (SUEXT) deve deferir a licença de importação antes de embarcar a máquina usada no país de origem.

É importante ressaltar que além de solicitar uma Licença de Importação para a importação de máquina usada, é preciso anexar ao dossiê eletrônico o catálogo técnico ou memorial descritivo do equipamento, contendo todas suas características em língua portuguesa.

No caso do catálogo técnico ou memorial descritivo estar em língua estrangeira, deverá encaminhar a tradução em língua portuguesa.

Agora, para a importação de máquinas usadas que integrarão unidades industriais, linhas de produção ou células de produção a serem transferidas para o Brasil, o importador deve enviar à SUEXT o projeto de transferência antes de registrar a Licença de Importação (LI). Ele deve incluir a via original ou cópia de um documento que identifique o signatário como representante legal da empresa, bem como a cópia do Ato Constitutivo e alterações posteriores da empresa interessada.

O que pode dar errado ao importar maquinário?

A aquisição de maquinário importado pode ser uma ótima oportunidade para empresas impulsionarem seus negócios. Contudo, é preciso estar ciente dos riscos envolvidos, pois falhas no processo podem gerar prejuízos consideráveis.

Primeiramente, o maquinário importado deve cumprir com os padrões técnicos estipulados previamente pelo importador. Do contrário, corre-se o risco de não serem compatíveis com a infraestrutura existente, resultando em falhas operacionais ou desempenho inferior ao esperado, afetando a produtividade e a qualidade dos produtos finais.

O não cumprimento de padrões técnicos pelo exportador acaba levando à necessidade de modificações adicionais no maquinário. Isso certamente pode ser caro e demorado ou, em casos extremos, levar à devolução do maquinário para o exportador.

Não ter um contrato firmado entre importador e exportador é outro ponto que pode gerar uma série de incertezas e inseguranças jurídicas. A falta de clareza nas responsabilidades em caso de defeitos ou mau funcionamento do equipamento pode gerar dificuldades para o importador reivindicar uma assistência técnica adequada que cubra possíveis reparos e substituições de peças.

Por isso, é fundamental estipular um contrato de compra e venda com cláusulas que envolvam pontos importantes. Dentre eles são imprescindíveis os requisitos técnicos, assistência técnica, treinamento de equipe e garantia.

3 pontos de atenção para importar maquinário

Importar maquinário pode ser uma ótima maneira de acessar tecnologia de ponta, aumentar a produtividade e otimizar processos industriais. No entanto, para uma operação tranquila e sem surpresas desagradáveis, é fundamental se planejar com cuidado e atenção aos detalhes.

Pensando nisso, separamos 3 pontos de atenção para toda empresa considerar antes de iniciar o processo de importação de maquinário.

Ponto 1: Avaliação do maquinário e do fornecedor

O fornecedor deve ser idôneo e ter capacidade técnica, capaz de cumprir todos os requisitos exigidos pelo importador, considerando fatores como tecnologia utilizada, capacidade da máquina, entre outros.

Ponto 2: Suporte técnico e treinamento

Além do cumprimento de padrões técnicos, o exportador precisa ser capaz de oferecer ao importador suporte técnico e treinamento de equipe especializados. Afinal, é essencial operar a máquina de forma segura e eficiente.

É fato que equipamentos importados podem apresentar problemas específicos. Um suporte técnico local proporciona, assim, diagnóstico preciso, reparos rápidos e acesso facilitado a peças de reposição, minimizando o tempo de inatividade para evitar paralisações prolongadas na produção.

Ponto 3: Garantia

O fornecedor escolhido deve ser capaz de oferecer garantias para o maquinário importado. Isso envolve oferecer proteção contra falhas inesperadas, defeitos de fabricação e problemas técnicos durante o período de cobertura. Dessa maneira, assegurando a qualidade do maquinário e prevenindo prejuízos financeiros consideráveis com reparos ou substituições fora da garantia.

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